Opening Reception
Friday, September 13
5:00–8:00pm
DOCUMENT is pleased to present Dirty dishes, body problems, and other conundrums, Laura Letinsky’s fourth solo exhibition with the gallery and her first in Portugal.
For over 30 years, the work of Laura Letinsky has consistently investigated what defines a photograph. In Dirty dishes, body problems, and other conundrums, Letinsky employs and combines both historical and modern processes to create images that challenge and elude predefined notions of temporality. The exhibition features two distinct series, produced using techniques at opposite ends of photographic printing on metal: tintypes, one of the earliest photographic processes, and dye sublimation prints on aluminum.
The artist’s latest series of works, That What Can’t Be, features snapshots taken with her phone and printed as tintypes, lending a reflective and silvery quality to the images. The subjects of these gray-toned plates range from abstract compositions and still lifes to intimate, tightly framed depictions of body parts. Letinsky turns her gaze inward, capturing overlapping and bare legs, arms, and backs. Focusing on her own body, she blurs the boundaries between self-perception and photographic representation.
These intimate images, printed on a mirror-like surface, evoke a sense of timelessness and introspection. Letinsky explains, “I’ve been commingling pictorial strategies and technologies, from perspectival to abstraction, as well as experimenting with different contemporary technologies, from state-of-the-art digital through to anachronistic printing methods using the sun, such as the cyanotype, platinum palladium, and the tintype, so as to shift temporal associations and stymie notions of linear and unrelenting progress.” The result is a body of work that defies conventional expectations of both medium and time.
During her 2023 residency at the Dora Maar House in Ménerbes, France, Letinsky began Who Loves the Sun, a photographic series that explores the interplay of natural and artificial light, inspired by the bright, sun-soaked atmosphere of Provence. In these images, Letinsky incorporated borrowed objects, including ceramics and glassware from the late Dora Maar’s home, alongside local flora, fruits, and found remnants left by previous artists-in-residence. The images transcend mere depiction of objects, focusing instead on the deeper exploration of the photographic medium itself.
The dye sublimation prints from Who Loves the Sun are bathed in natural light, their vivid colors and luminous surfaces further exploring Letinsky’s fascination with how light interacts with objects. The reflective aluminum surfaces invite viewers to engage with the photograph as both image and object. As in her previous work, Letinsky’s carefully constructed still lifes evoke the passage of time, with hints of decay and change embedded within the beauty of the compositions.
Letinsky’s practice remains deeply rooted in her exploration of photography as a medium that bridges perception and reality, fiction and documentation. Her continued use of the tabletop still life—a genre associated with the slow emulsions of early photography—serves as a reference point to photography’s origins while also pushing the boundaries of what the medium can achieve today.
Laura Letinsky (b. 1962, Winnipeg, Canada) lives and works in Chicago, IL. She received her BFA from the University of Manitoba in 1986 and her MFA from Yale University’s School of Art in 1991. Her work has been exhibited at renowned institutions such as the Museum of Modern Art, New York; J. Paul Getty Museum, Los Angeles; San Francisco Museum of Modern Art; Museum of Contemporary Art, Chicago; The Denver Art Museum; The Photographers Gallery, London; and Mumbai Photography Festival, India. Public collections featuring Letinsky’s work include the Art Institute of Chicago; Museum of Contemporary Art, Chicago; Museum of Fine Art, Houston; San Francisco Museum of Modern Art; Yale University Art Gallery; and Canadian Museum of Contemporary Photography.
Letinsky has been the recipient of several awards, including the Canada Council International Residency (2014); Richard Driehaus Foundation Award (2003); Anonymous Was a Woman Award (2002); and the Guggenheim Fellowship Award (2000). Publications include To Want for Nothing, Roman Nvmerals, 2019; Time’s Assignation, Radius Books, 2018; Ill Form and Void Full, Radius Press, 2014; After All, Damiani, 2010; Hardly More Than Ever, Renaissance Society, 2004; and Venus Inferred, University of Chicago Press, 2000. Since 1994, Letinsky has been a professor at the University of Chicago’s Department of Visual Art.
A DOCUMENT tem o prazer de apresentar Dirty dishes, body problems, and other conundrums (Louça suja, problemas do corpo e outros dilemas), a quarta exposição individual de Laura Letinsky na galeria e a primeira em Portugal.
Ao longo de mais de 30 anos, a obra de Laura Letinsky tem consistido na investigação sistemática daquilo que define uma fotografia. Em Dirty dishes, body problems, and other conundrums, Letinsky emprega e combina processos antigos e modernos para criar imagens que desafiam e iludem a noções predefinidas de temporalidade. A exposição apresenta duas séries distintas, produzidas com técnicas que se situam em extremos opostos da impressão fotográfica em metal: a ferrotipia, um dos primeiros processos fotográficos, e impressões por sublimação de tinta em alumínio.
A mais recente série de trabalhos da artista, That What Can’t Be (Aquilo Que Não Pode Ser) apresenta instantâneos tirados com o seu telemóvel e impressos como ferrótipos, conferindo uma qualidade reflexiva e prateada às imagens. Os temas destas placas em tons de cinzento vão desde composições abstratas e naturezas-mortas a representações íntimas de partes do corpo em planos apertados. Letinsky volta o seu olhar para dentro, captando pernas, braços e costas sobrepostas e nuas. Centrando-se no seu próprio corpo, a artista esbate as fronteiras entre a autoperceção e a representação fotográfica.
Estas imagens íntimas, impressas numa superfície espelhada, evocam uma sensação de intemporalidade e de introspeção. Letinsky explica: «Tenho vindo a misturar estratégias e tecnologias pictóricas, desde a perspetiva à abstração, e também a experimentar diferentes tecnologias contemporâneas, desde o topo de gama digital aos métodos de impressão anacrónicos que utilizam o sol, como a cianotipia, o processo platina/paládio e a ferrotipia, com o intuito de alterar as associações temporais e de boicotar as noções de progresso linear e implacável.» O resultado é um conjunto de obras que desafia as expectativas convencionais tanto do suporte quanto do tempo.
Durante a sua residência, em 2023, na Dora Maar House, em Ménerbes, França, Letinsky deu início a Who Loves the Sun (Que Adora o Sol), uma série fotográfica que explora a interação da luz natural com a luz artificial, inspirada na ambiência luminosa e soalheira da Provença. Nestas imagens, Letinsky incorporou objetos emprestados, incluindo peças de cerâmica e de vidro da casa da falecida Dora Maar, juntamente com a flora local, frutos e fragmentos encontrados, deixados por anteriores artistas residentes. As imagens transcendem a mera representação de objetos, centrando-se antes no estudo aprofundado do próprio suporte fotográfico.
As impressões de sublimação de cor de Who Loves the Sun são banhadas pela luz natural, fazendo com que as suas cores vivas e as superfícies luminosas explorem ainda mais o fascínio de Letinsky pelo modo como a luz interage com os objetos. As superfícies reflexivas de alumínio convidam os espetadores a interagir com a fotografia enquanto imagem e objeto. Tal como nas suas obras anteriores, as naturezas-mortas cuidadosamente construídas de Letinsky evocam a passagem do tempo, com sugestões de decadência e mudança incorporadas na beleza das composições.
A prática de Letinsky continua profundamente enraizada no seu estudo da fotografia enquanto suporte que estabelece uma ligação entre a perceção e a realidade, a ficção e a documentação. O seu uso continuado de natureza-morta sobre a mesa — um género associado às emulsões lentas dos primórdios da fotografia — serve como ponto de referência para as origens da fotografia, desafiando, simultaneamente, os limites daquilo que o suporte é, atualmente, capaz de alcançar.
Laura Letinsky (nascida em 1962 em Winnipeg, no Canadá) vive e trabalha em Chicago, IL. Obteve o seu Bacharelato em Belas Artes na Universidade de Manitoba, em 1986, e o Mestrado em Belas Artes na Escola de Arte da Universidade de Yale, em 1991. A sua obra foi exposta em instituições de renome como o Museu de Arte Moderna, Nova Iorque; o Museu J. Paul Getty, Los Angeles; o Museu de Arte Moderna de São Francisco; o Museu de Arte Contemporânea, Chicago; o Museu de Arte de Denver; a galeria The Photographers Gallery, em Londres; e o Festival Mumbai Photography, na Índia. As coleções públicas que apresentam o trabalho de Letinsky incluem o Art Institute de Chicago; o Museu de Arte Contemporânea, Chicago; o Museu de Belas Artes, Houston; o Museu de Arte Moderna de São Francisco; a Galeria de Arte da Universidade de Yale; e o Museu Canadiano de Fotografia Contemporânea.
Letinsky recebeu vários prémios incluindo o Canada Council International Residency (2014), o prémio Richard Driehaus Foundation (2003), o prémio Anonymous Was a Woman (2002), e o prémio Guggenheim Fellowship (2000). As suas publicações incluem To Want for Nothing (Querer para Nada), Roman Nvmerals, 2019; Time’s Assignation (A Designação do Tempo), Radius Books, 2018; Ill Form and Void Full (III Forma e Vazio Completo), Radius Press, 2014; After All (Afinal), Damiani, 2010; Hardly More Than Ever (Dificilmente Mais do que Nunca), Renaissance Society, 2004; e Venus Inferred (Vénus Deduzida), University of Chicago Press, 2000. Letinsky é professora universitária desde 1994 no Departamento de Arte Visual da Universidade de Chicago.